Fatores relacionados à adesão terapêutica de pacientes em uso de anticoagulante oral em acompanhamento ambulatorial
DOI:
https://doi.org/10.5294/aqui.2024.24.4.6Palavras-chave:
Anticoagulantes, cooperação e adesão ao tratamento, promoção da saúde, enfermagem cardiovascularResumo
Introdução: fatores relacionados à adesão terapêutica podem influenciar na complexidade do cuidado aos pacientes que fazem uso de anticoagulantes. Objetivo: identificar os fatores relacionados à adesão de pacientes ao tratamento com anticoagulante oral em acompanhamento ambulatorial. Materiais e método: estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado no ambulatório de anticoagulação oral de um hospital de referência em cardiologia do Norte e Nordeste do Brasil. Utilizaram-se o questionário com variáveis sociodemográficas e clínicas e o instrumento de medida de adesão ao tratamento. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences e pelos testes estatísticos qui-quadrado e teste exato de Fisher. Todos os testes estatísticos aplicados adotaram nível de significância de 5 %. Resultados: 202 pacientes foram avaliados, dos quais 66,3 % classificados como aderentes. Pacientes com indicação clínica de troca valvar, tempo de tratamento maior que cinco anos e valor da RNI fora do alvo terapêutico apresentaram maior adesão ao tratamento. Além disso, sedentarismo e uso de medicações antiarrítmicas foram significativamente associados à adesão. Por sua vez, variáveis como sexo, renda, ocupação, escolaridade e presença de complicações não demonstraram associação significativa com a adesão ao tratamento. Conclusão: os achados do presente estudo sublinham que a adesão ao tratamento com anticoagulantes depende mais de fatores clínicos e comportamento de saúde do que de características sociodemográficas. Embora tradicionalmente estudadas, não são necessariamente preditoras confiáveis para a adesão. O fator essencial parece estar mais relacionado à educação em saúde, ao suporte médico-familiar, o que reforça a necessidade de apoio individualizado para esses pacientes, com foco na conscientização e no monitoramento clínico regular.
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